26 de nov. de 2017

Sword of Vermilion


Após o sucesso do primeiro "Phantasy Star" no Master System, a Sega deu continuidade a franquia em seu console de 16 bits, lançando "Phantasy Star II" em 1989 no Japão, título que também foi bem-sucedido. Esses sucessos incentivaram a Sega a investir no gênero RPG e, um ano após o lançamento de "Phantasy Star II", chegava as prateleiras japonesas "Sword of Vermilion", RPG que possui tanto algumas semelhanças (como os menus azuis com letras brancas, cheios de opções) quanto profundas diferenças de "Phantasy Star II".
Na época "Sword of Vermilion" foi até bem recebido, recebendo avaliações razoáveis nas revistas especializadas, porém com o tempo acabou sendo deixado de lado pela maioria dos jogadores e mesmo estando presente em muitas coletâneas da Sega, acaba quase sempre negligenciado. 
De fato "Sword of Vermilion" não envelheceu bem, mas a maioria das opiniões atuais sobre o jogo também acabam sendo um tanto injustas ou exageradas. "Sword of Vermilion" tem seus pontos positivos e negativos e, se em muitos aspectos hoje está datado, na época que foi lançado não deixou de ser inovador.

História e Roteiro



O pacífico reino de Excalabria encontra seu fim ao ser atacado pelas violentas hordas do rei Tsarkon de Cartahena. Apesar da resistência heróica de seus habitantes, Excalabria está condenada. seu rei, rei Erik V, incumbe seu melhor vassalo, Blade (um nome bastante adequado para um guerreiro, não?), de escapar por uma passagem secreta levando consigo o príncipe herdeiro do trono de Excalabria e o anel de seu pai.
Blade consegue escapar, e se refugia em uma pequena e distante vila chamada Wyclif, típico lugar perdido no meio do nada. Dezoito anos se passam e agora o jovem príncipe deve conhecer sua verdadeira história e livrar toda a terra de Vermilion da ameaça de Cartahena e do seu rei.
Já vi premissas mais criativas, mas já vi premissas bem piores também. É bem ao estilo da época, final dos anos 80/ início dos anos 90, e o roteiro do jogo ainda ganha uns pontos a seu favor por guardar um detalhe legal ou outro para revelar ao jogador no correr da partida, como a real natureza dos homens de Cartahena.

Gráficos


A qualidade dos gráficos oscila um tanto... os gráficos nas vilas e cidades, assim como os sprites de seus habitantes são bem legais para a época (eu gosto em especial das mulheres com véus brancos que aparecem nas cidades e dos variados vendedores das lojas). O sprite do protagonista lembra os dos personagens da franquia "Phantasy Star" e é razoavelmente detalhado, sendo possível até ver os olhos do jovem guerreiro de cabelos azuis. Os mapas externos, por onde se locomove para ir de um local para outro e se encontra monstros aleatórios, é bem minimalista, dando a impressão de que podia ser melhor acabado. A mesma impressão se tem ao se entrar nas dungeons, quando os gráficos tornam-se um estilo 3D parecido com aquele das dungeons de "Phantasy Star'", mas bem menos esmerados. Já as telas de combate, tanto com inimigos comuns quanto as batalhas com os chefes, possuem bons gráficos, com inimigos bem desenhados. A animação dos sprites deixa um pouco a desejar, mas isso pode ser tributado aos recursos da época que o jogo foi feito.

Música e Efeitos Sonoros

A trilha sonora de "Sword of Vermilion" tem aquela cara de "música de RPG antigo", com algumas composições bem razoáveis, até um pouco acima da média dos jogos da época. Gosto bastante da música da tela de abertura e também daquela que toca durante a introdução. 
Em compensação os efeitos sonoros são muito simples, sem nada digno de nota.

Controles e Jogabilidade


Inicialmente os controles podem parecer desanimadoramente complicados em alguns trechos do jogo, em especial ao se deslocar pelos mapas e dungeons. O melhor a se fazer é primeiro ler o manual para pegar os rudimentos de como jogar e depois ter um pouco de paciência até se pegar a prática. 
Para se deslocar usa-se o D- pad, mas se nas cidades é bastante tranquilo para andar, nos mapas e nas dungeons já é um pouco mais complicado. Lembre-se que o direcional para cima faz o personagem andar sempre para a direção que se seu rosto está apontando!
Para os combates usa-se o botão C para golpear. Os comandos respondem bem, mas podem ocorrer alguns problemas de hit detection/ detecção de dano, algo que não era raro naquela época. As batalhas contra os chefes tem uma jogabilidade um pouco mais lenta, devido aos sprites serem bem maiores e isso pesar para os recursos técnicos da época, mas nada incapacitante para o jogador.

Dificuldade


"Sword of Vermilion" é um jogo difícil? Não especificamente, mas é um daqueles jogos que você precisa pegar o jeito. É cheio de menus que abrem outros menus... navegar pelo mapa leva um tempo até se pegar o jeito... o combate é bem diferente daquele "por turnos" de "Phantasy Star", sendo ação em tempo real (algo como um precursor ou um rascunho do que seria o sistema de combate de jogos como "Secret of Mana" do SNES) e também se leva um tempinho para se pegar a prática. 
Depois de se pegar o jeito, o jogo não é difícil, mas tem o detalhe de ser preciso ficar indo e voltando muitas vezes pelos mesmo lugares, lutando contra os inimigos aleatórios para subir de nível (aquilo que hoje em dia é chamado de "grinding") e isso torna o jogo um tanto repetitivo e pode ser monótono para os jogadores mais novos, desacostumados com esse aspecto bastante comum nos anos 80 e 90 e presente em outros jogos (como "Dragon Quest"/ "Dragon Warrior" do NES).

Comentário Final

Capa do jogo nos EUA e demais países ocidentais
"Sword of Vermilion" é um jogo que não envelheceu bem. Seus aspectos inovadores foram bastante melhorados em jogos posteriores, e por isso parecem apenas um rascunho rudimentar em comparação, além de estar cheio de características de jogos de fins dos anos 80/ início dos 90 que podem deixar o jogo truncado para os padrões atuais. isso não significa que seja um jogo ruim. A melhor classificação é que, atualmente, "Sword of Vermilion" é um jogo de nicho, que agradaria uma fatia específica do público, em especial os fãs de JRPG antigos e fãs inveterados de fantasia medieval.
Jogadores oldschool e grandes fãs de jogos de RPG podem ver além das limitações e aspectos datados do jogo e se divertirem, mas que tem pouco potencial para agradar o jogador médio atual. 

NOTA: 6,0


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