16 de nov. de 2016

Iron Commando: Kotetsu no Senshi


Nos anos 80 e 90 alguns bons jogos (e outros apenas passáveis) lançados no Japão acabaram não sendo trazidos para o ocidente, enquanto alguns jogos deploráveis acabaram recebendo uma versão oficial (como o terrível "Timecop", do SNES). Por que? Talvez por serem considerados "japoneses demais" para o público ocidental da época, talvez por serem muito difíceis (como foi o caso de "Super Mario Bros 2" no NES), talvez acharem que não renderiam lucro ou até mesmo por dificuldades de negociação entre produtoras e distribuidoras... de qualquer forma a lista de jogos que se encaixam nessa situação é longa. O beat'em up "Iron Commando", lançado apenas no Japão em 1995 está entre eles. 

História e Roteiro



 Nos anos 90, o roteiro de "Iron Commando" faria muito sentido. Um meteoro radioativo entra na atmosfera da Terra e cientistas declaram que deve ser destruído mas o meteoro acaba caindo nas mãos da G.H.O.S.T, uma organização terrorista cujos integrantes parecem ser majoritariamente compostos por estereótipos de bandidos latinos ou guerreiros astecas (sim... guerreiros astecas...), a qual pretende usá-lo para induzir mutações genéticas (afinal de contas ser exposto a radiação dá poderes, e não câncer).
Para recuperar o perigoso corpo celeste altamente radioativo, são convocados um soldado das forças especiais, Jake, e um lutador de artes marciais dono um gosto para roupas e penteados bastante exótico, Chang Li. Sem receber nenhum tipo de arma, apoio ou conselhinho meia-boca dos seus superiores, cabe então aos dois bravos correr meio mundo atrás do meteoro, despachando aos chutes e socos todos os gangsters de chapéu fedora, cães, cobras, bandoleiros e guerreiros astecas (sim... guerreiros astecas... não é piada)  que encontrarem pelo caminho. 
Mais anos 90 que isso impossível.

Gráficos



Os gráficos são bons, compatíveis com a capacidade do SNES na época. Bem na média mesmo, sem muito o que destacar.
Os sprites dos protagonistas e dos oponentes são bons, detalhados de forma razoável, como era de praxe na época, os chefes de fase são bem maiores que os outros personagens, como por exemplo o Big Tom, um lutador grandalhão armado com um suprimento aparentemente infinito de facas.
Os cenários não tem nada que já não tenha sido visto em outros jogo do gênero... ruas escuras, cais do porto, armazéns, templos esquecidos no meio a selva... o design também está na média para o SNES. Não é ruim, longe disso, apenas não tem nada que os torne especialmente marcantes. O único defeito é que em alguns momentos, cercas ou colunas tapam parte da tela e escondem a ação,dificultando apanhar itens caídos no chão ou até mesmo a lutar.

Música e Efeitos Sonoros

O que foi dito para os gráfico vale para a música. Boas sem serem marcantes ou inovadoras. Combinam bem com o jogo e estão de acordo com o estilo beat'em up, cumprindo bem a função de embalar o jogador enquanto ele desce a pancada em alguns guerreiros asteca (sim... guerreiros asteca... eu estou falando sério).
Os efeitos sonoros, por outro lado, são um dos destaques do jogo. Melhores do que a média e bem variados, existem diferentes grunhidos para inimigos apanhando e cada arma tem seu próprio som específico. Um dos aspectos mais caprichados do jogo.

Controles e Jogabilidade



Os controles em sí não tem nada de errado. Cumprem sua função sem deixar a desejar. O problema é a ausência de golpes especiais, aos estilo de "Streets of Rage". O arsenal de golpes de ambos os personagens é bem limitado e ambos só contam com um único golpe especial, o uso de granadas enquanto se salta para fora da tela ( o golpe é realizado da mesma forma para ambos os personagens... pulo seguido de botão A).
Move-se pelo cenário usando o cursor. Existe um botão para saltar, um para golpear, outro para apanhar armas ou itens no chão e o botão utilizado para as granadas. Não é difícil pegar o jeito.
A jogabilidade é boa. Não é travada nem nada do gênero. A ressalva é não existir grande diferença entre os dois protagonistas... Jake é um pouco mais forte, Chang Li é um pouco mais ágil, mas no geral ambos são bastante equivalentes. Isso tira um pouco da graça quando comparado a individualização presente em outros jogos do gênero como  "Final Fight" ou "Captain Commando".
Para trazer um pouco de variedade ao jogo, em algumas fazes o herói usa algum tipo de veículo para se deslocar, seja uma moto, um jipe ou um carrinho de minério correndo alucinadamente nos trilhos de uma mina desativada. É um dos poucos diferenciais deste beat'em up no geral bastante trivial. 

Dificuldade

"Iron Commando" é mais difícil que a média dos beat'em ups. Mesmo os inimigos mais simples das fases podem dar trabalho, cercando o jogador e golpeando-o pelas costas enquanto ele luta com outros oponentes. Alguns inimigos são bem difíceis de serem acertados como os cães e as cobras e vários usam armas de fogo contra o jogador.
Diferente dos outros jogos do gênero, não se encontra itens, como as maçãs que recuperam energia, em latas de lixo, barris ou caixotes pelas fases. Tudo nesse jogo cai de oponentes eliminados... maçãs, sacos de dinheiro que contam pontos, novas granadas e armas- E existe tem uma abundância de armas para o jogador! Facas, tacos de baseball, revólveres, escopetas, metralhadoras Tommy Gun... é só pegar e mandar ver.
Apesar da dificuldade acima da média, o jogo não é daqueles frustrante e não deixa de ser divertido, ainda mais para quem é fã do gênero.

Comentário Final


"Iron Commando: Kotetsu no Senshi" é um jogo que tem quase todos os elementos clássicos de um beat'em up noventista, com um ou outro detalhe a mais ou a menos. Se você é fã dos beat'em up dos anos 90 será uma boa pedida e uma experiência satisfatória, embora dificilmente esse jogo se torne um dos seus preferidos ou algo marcante na sua trajetória gamer. Ainda assim teria sido indubitavelmente melhor se tivessem trazido "Iron Commando" na época do SNES do que algo como "Timecop".

O jogo atualmente está disponível no catálogo da loja virtual Steam. Lançado esse ano, "Iron Commando: Kotetsu no Senshi" foi trazido pela mesma empresa que lançou "Legend" no Steam, a Piko Interactive.

NOTA: 6,5

* CURIOSIDADE: Originalmente "Iron Commando" foi lançado no Japão pela Pack-in-Video, responsável pelo lançamento de alguns jogos não muito benquistos do NES, como "Rambo" e "Predator".



2 comentários:

  1. Relembrando hoje minha adolescência jogando agora!

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  2. São dois humanos normais especial é só ilusão. Achei foi bom assim, estilo Punisher.

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