29 de dez. de 2016

Jogos no Steam para retrogamers #4

O fim do ano chegando, janeiro já está logo ali, dobrando a esquina e o OSD vem se despedir deixando mais algumas dicas de retrojogos para você relembrar de outros janeiros, quando passava as férias escolares jogando videogame e depois tinha que mentir naquela maldita redação de "O que você fez nas férias?" na primeira semana de aula.

SUGESTÃO #1

Se você está com saudade de jogar: Harvest Moon (SNES)

Tente: Stardew Valley




Sinopse:  Um(a) jovem, insatisfeito e frustrado com a vida que leva resolve finalmente abrir a carta- testamento deixada por seu avô, e assim herda uma pequena propriedade em um vale distante, Stardew Valley. Lá ele tem aquilo que tantos desejam: uma chance de recomeçar e encontrar a si mesmo, trabalhando na terra, criando animais, explorando florestas e cavernas, pescando em lagos na montanha ou no  oceano e tornando-se parte de uma comunidade- além de, quem sabe, encontrar alguém para ajudar a dar milho para as galinhas...
O jogo é fora de série, possuindo muitas camadas e sendo mais do que parece a primeira vista, além de ter gráficos e trilha sonora lindos. É, na minha opinião pessoal, o melhor retrojogo da loja Steam, empatado com "Odallus: The Dark Call".

SUGESTÃO #2

Se você está com saudade de jogar:  Rastan (Master System); Magic Sword (SNES); Blades of Vengeance (Mega Drive); Astianax (NES); Danan The Jungle Fighter (Master System); Cadash (Mega Drive); Trojan (NES); Rygar (NES/ Master System)

Tente: Volgarr the Viking





Sinopse: Trazido de volta dos mortos no melhor estilo "Rise from your Grave" por Odin, o guerreiro viking Volgarr vai ter que enfrentar toda a sorte de inimigos e armadilhas em um jogo muito bem feito e divertido, mas difícil como se tivesse sido programado por Loki em pessoa. Dificudade retro-hardcore, sem exageros.


SUGESTÃO #3

Se você está com saudade de jogar: Super Mario Bros II/ USA (NES); Castlevania III (NES); Kendo Rage (SNES); The Krion Conquest (NES); Athena (NES); Valis III (Mega Drive); Super Valis IV (SNES); Devil Hunter Yohko (Mega Drive)

Tente: Amazing Princess Sarah




Sinopse: O rei de Kaleiya foi sequestrado por Lilith the Demon Mistress (algo como "amante demoníaca, em tradução livre). Cabe agora a filha do rei, Sarah, salvar não só seu pai mas todo o reino das garras de Lilith, correndo, saltando e arremessando peças de mobiliário ou corpos de inimigos (sim... corpos...  é isso mesmo...)  em quem aparecer pela frente através de vários cenários típicos de jogos plataforma, como castelos, masmorras e cavernas com lava. É um jogo até bem razoável mas tem um dos mais toscos  chefes de primeira fase que já vi- pior até que a panela gigante de "Panic Restaurant" do NES!

SUGESTÃO #4

Se você está com saudade de jogar:  The Addams Family (NES); The Addams Family (Mega Drive); The Addams Family: Pugsley Scavenger Hunt (NES); Felix the Cat (NES); Rockin' Kats (NES)

Tente: Manos: the Hands of Fate



Sinopse: Em geral bons filmes geravam jogos ruins, mas em "Manos: The Hands of Fate" ocorreu o contrário! Um péssimo filme gerou um jogo bem legal. A história do jogo basicamente é a mesma do filme: Mike e sua família saem de férias e acabam se perdendo no deserto (afinal se não for assim, não podemos chamar de férias, certo?), chegando então em um estranho hotel no meio do nada gerenciado por Torgo, um sujeito esquisito que mais parece um sátiro, sob as ordens de alguém chamado simplesmente de "mestre". Após sua família e cachorro de estimação sumirem, Mike, armado com seu fiel revólver, deve descobrir o que está acontecendo em um jogo estilo plataforma cheio de referências a jogos e filmes trash. Já deixo avisado que o tom satírico é forte no jogo, então não leve as coisas muito a sério.
Um último detalhe: O jogo foi desenvolvido e distribuído pela FreakZone Games, a mesma empresa responsável pelos dois jogos do "Angry Videogame Nerd" (ambos disponíveis na Steam).


É isso, pessoal... Nós do OSD desejamos um bom ( isto é, na medida do possível) 2017 a todos. Lembre-se que a princesa está em outro castelo e do a barrel row!

2 de dez. de 2016

Shadowgrounds


No mundo dos videogames não é raro que aquele que acaba salvando o dia não tenha uma profissão assim tão... épica. Obviamente cavaleiros, ninjas e soldados de forças especiais tem sua cota no mundo do jogos, mas no fim das contas dois dos heróis mais famosos de todos são uma dupla de encanadores. E não só encanadores- entregadores de jornal, cozinheiros, estudantes com uniforme de marinheiro, astros de música pop e garotos cabeludos que não deveriam estar segurando uma espada... todos já tiveram seu dia de herói. 
Lançado em 2006 pela Frozenbytes e protagonizado pelo mecânico Wesley Tyler, o top- down shooter  "Shadowgrounds" é mais um bom exemplo desses jogos com um "herói improvável".

História e Roteiro



Wesley Tyler é um lacônico mecânico que trabalha para a poderosa IGTO, corporação que administra a colônia terrestre em Ganimedes, uma das luas de Júpiter. Depois de alguns atritos com superiores e receber a culpa por algo que não lhe cabia, Tyler é rebaixado e amarga uma dura posição subalterna, o que explica o cinismo com o qual recebe o documentário repleto de marketing institucional produzido pela própria corporação sobre a história da colônia.
Durante uma falta de energia, Tyler recebe ordens de seu não muito gentil superior para ir com a equipe que procederá com os reparos nos geradores reservas. Durante a missão aparentemente rotineira, Tyler e seu grupo são atacados por formas de vida desconhecidas, possivelmente alienígenas. 
A partir daí Wesley Tyler vai ter que lutar para permanecer vivo em meio ao caos que reina em Ganimedes, ao mesmo tempo que tenta descobrir o que está acontecendo na colônia, quem são os alienígenas e o porque dos ataques.

Gráficos



"Shadowgrounds" possui gráficos bastante razoáveis, bem desenhados e nítidos, embora possam ser considerados já um pouco defasados para a época que o jogo foi lançado. Tanto o sprite do protagonistas quanto dos coadjuvantes e dos inimigos são bem feitos, alguns inimigos em especial tendo um design bem legal, lembrando tanto a franquia "Aliens" quanto dos jogos da série "Doom".
Os cenários são cheios de sombras e bem detalhados, e em alguns momentos fica visível um leve grau de degradação, típico de corporações cuja gestão tem mais marketing do que competência. A penumbra marca a maior parte do jogo e isso colabora bastante para criar um clima de sobrevivência desesperada. Acredito que alguns jogadores possam reclamar da relativa pouca variedade de cenários, os quais na maior parte do jogo são diferentes instalações da colônia e o  terreno com cara de filme de ficção científica ao redor delas.
O maior defeito nesse quesito é a animação dos personagens humanos. Tanto o protagonista quanto os vários coadjuvantes movem-se de forma mecanizada, meio desconjuntada e pouco fluida. Não é algo que estrague o jogo de fato, mas em alguns momentos parece que se controla um marionete munido de lança-chamas.

Música e Efeitos Sonoros

Bons, em ambos os casos. A trilha sonora de "Shadowgrounds" é bem variada e tem algumas músicas bem legais, puxadas para o heavy metal, nos momentos de maior ação- essas são, aliás, as que considero as melhores músicas do jogo! As faixas são bem compostas e encaixam bem com o todo, sejam com os gráficos, seja com a trama, seja com o ritmo de jogo.
Os efeitos sonoros estão um de grau abaixo da música, mas não comprometem. Os efeitos sonoros dos tiros das armas, os gritos, chiados e grunhidos das criaturas e demais ruídos de portas se abrindo e maquinário funcionando dão conta do recado, mas as vozes dos personagens nas cutscenes é apenas passável, em especial devido a interpretação pouco inspirada dos dubladores.

Controles e Jogabilidade

O jogo uma uma combinação de teclado + mouse para controlar o personagem durantes as fases, vistas em terceira pessoa. Você se move, escolhe armamento, interage com o cenário e liga a lanterna  que Tyler carrega presa ao ombro pelo teclado e com o mouse você dispara a arma. No começo é um pouco confuso mas não demora para se pegar o jeito.
No geral a jogabilidade é fluida, salvo um ou outro momento, o que não chega a surpreender em um jogo de computador já contando com uma década de existência. Sem maiores comentários aqui.

Dificuldade

Em termos de dificuldade, "Shadowgrounds" é um jogo bem equilibrado. Não é difícil demais a ponto de ser frustrante, não é fácil demais a ponto de ser monótono. Os desenvolvedores pesaram bem as porções de desafio e diversão do jogo, só errando um pouco a mão em um chefe específico em um pedaço já avançado do jogo, o qual acaba sendo bem mais complicado de lidar que todos os outros anteriormente enfrentados. 
Algo interessante é que o jogo conta com algo semelhante a "vidas". Se você morrer cinco vezes na mesma fase, GAME OVER. Terá que começar a fase (não o jogo) desde o início.

Comentário Final



"Shadowgrounds" pode não ser um daqueles jogo que marcaram sua época, mas é de fato um jogo bastante divertido. Em muitos sentidos lembra bastante o clássico "Alien Syndrome" (NES e Mastes System) e conta com muita ação, um protagonista carismático apesar de ranzinza, uma boa variedade de armas com diferentes potenciais de destruição e alienígenas com cara de que vão de fato te cortar ao meio se você não acabar com eles primeiro. Tem um ou outro senão, mas nada que estrague a diversão, ainda mais quando se leva em consideração que até quatro jogadores podem jogar simultaneamente.

NOTA: 8,5

* P.S1: "Shadowgrounds" e também sua continuação, "Shadowgrounds: Survivor", encontram-se disponíveis para compra na loja virtual Steam.














23 de nov. de 2016

Jogos no Steam para retrogamers #3

Dezembro está chegando e embora para a maioria dos retrogamers foi-se o tempo em que dezembro significava automaticamente férias, o OSD aproveita para deixar mais algumas dicas de jogos oldschool garimpados na loja virtual Steam.

SUGESTÃO #1

Se você está com saudade de jogar: Holy Diver (NES); Castlevania III (NES); Lord of Darkness (Master System); Super Castlevania IV (SNES); Castlevania: Symphony of the Night (Playstation)

Tente: Slain: Back from Hell




Sinopse: Em um mundo amaldiçoado, o guerreiro Bathoryn é trazido de volta à vida para destruir o mal, libertar as terras e honrar o deus metal com headbangs (não necessariamente nessa ordem), com direito a muito sangue e gore no meio do caminho. O jogo tem lindos gráficos pixelados e uma das trilhas sonoras mais heavy metal de  todos os tempos, além de uma dificuldade que não fica muito a dever aos anos 90.

SUGESTÃO #2

Se você está com saudade de jogar: Zelda II: The Adventure of Link  (NES); Wonder Boy in Monster Land (Master System); Wonder Boy in Monster World (Mega Drive); Devil Hunter Yohko (Mega Drive); Valis III (Mega Drive); Super Valis IV (SNES)

Tente: Inexistence



Sinopse: Hald, um jovem "Keeper" (guardião), tenta salvar sua irmã, uma importante Keeper da maldição de sono perpétuo lançada sobre ela pelo misterioso Claos. Um roteiro clássico, com protagonista que parece inspirado no Link, bastante exploração em fases estilo plataforma, trilha sonora boa e um nível de dificuldade menor que nos jogos de 8 e 16 bits. No geral, bastante divertido, apenas um tanto curto.

SUGESTÃO #3

Se você está com saudade de: B.O.B (SNES, Mega Drive); Mega Man 3 (NES); Vector Man (Mega Drive), Dynamite Headdy (Mega Drive), Mega Man X (SNES)

Tente; Terrian Saga: KR-17



Sinopse: KR-17 é um robô militar envolvido em um conflito entre dois sistemas solares e que começa a desenvolver aquilo que os humanos chamam de consciência. Jogo com bastante variedade de armas e exploração.

SUGESTÃO #4

Se você está com saudade de: Golden Axe (Mega Drive); Golden Axe II (Mega Drive); Battletoads (NES); Battletoads and Double Dragon (NES, Mega Drive)

Tente: Dungeons: The Eye of Draconus



Sinopse: Um jogo bem humorado, protagonizado pelos três heróis menos heróicos que já vi. Dungeons: the Eye of Draconus satiriza os clichês de jogos como Golden Axe, mas com bastante ação, luta e golpes especiais- além da participação de um frango gigante enviado pelos próprios deuses. Seu principal problema é ser curto, mas o multiplay para até três jogadores faz a rejogabilidade tomar fôlego, dando para se divertir bastante por horas.

SUGESTÃO #5

Se você está com saudades de: Altered Beast (Mega Drive); Blackthorne (SNES); Blades of Vengeance (Mega Drive); Rastan (Master System); Alisia Dragoon (Mega Drive); Astianax (NES); Danan The Jungle Fighter (Master System), Last Battle/ Hokuto no Ken (Mega Drive)

Tente: Insanity's Blade



Sinopse: Thurstan, um corajoso guerreiro com cara de figurante de gibi do "Conan o Bárbaro", decide se aposentar de sua vida de lutas e sangue, mas é arrastado de volta a tudo isso após sua vila ser atacada e incendiada por monstros demoníacos e sua esposa e filho mortos ( O mundo é uma droga, não?). Thurstan parte então em uma busca por vingança e para resgatar seus entes queridos do mundo dos mortos (não necessariamente nessa ordem).


Hoje as dicas foram monopolizadas pelo estilo de "ação e aventura". Na próxima vez vamos tentar variar mais. Bom jogo a todos.

16 de nov. de 2016

Iron Commando: Kotetsu no Senshi


Nos anos 80 e 90 alguns bons jogos (e outros apenas passáveis) lançados no Japão acabaram não sendo trazidos para o ocidente, enquanto alguns jogos deploráveis acabaram recebendo uma versão oficial (como o terrível "Timecop", do SNES). Por que? Talvez por serem considerados "japoneses demais" para o público ocidental da época, talvez por serem muito difíceis (como foi o caso de "Super Mario Bros 2" no NES), talvez acharem que não renderiam lucro ou até mesmo por dificuldades de negociação entre produtoras e distribuidoras... de qualquer forma a lista de jogos que se encaixam nessa situação é longa. O beat'em up "Iron Commando", lançado apenas no Japão em 1995 está entre eles. 

História e Roteiro



 Nos anos 90, o roteiro de "Iron Commando" faria muito sentido. Um meteoro radioativo entra na atmosfera da Terra e cientistas declaram que deve ser destruído mas o meteoro acaba caindo nas mãos da G.H.O.S.T, uma organização terrorista cujos integrantes parecem ser majoritariamente compostos por estereótipos de bandidos latinos ou guerreiros astecas (sim... guerreiros astecas...), a qual pretende usá-lo para induzir mutações genéticas (afinal de contas ser exposto a radiação dá poderes, e não câncer).
Para recuperar o perigoso corpo celeste altamente radioativo, são convocados um soldado das forças especiais, Jake, e um lutador de artes marciais dono um gosto para roupas e penteados bastante exótico, Chang Li. Sem receber nenhum tipo de arma, apoio ou conselhinho meia-boca dos seus superiores, cabe então aos dois bravos correr meio mundo atrás do meteoro, despachando aos chutes e socos todos os gangsters de chapéu fedora, cães, cobras, bandoleiros e guerreiros astecas (sim... guerreiros astecas... não é piada)  que encontrarem pelo caminho. 
Mais anos 90 que isso impossível.

Gráficos



Os gráficos são bons, compatíveis com a capacidade do SNES na época. Bem na média mesmo, sem muito o que destacar.
Os sprites dos protagonistas e dos oponentes são bons, detalhados de forma razoável, como era de praxe na época, os chefes de fase são bem maiores que os outros personagens, como por exemplo o Big Tom, um lutador grandalhão armado com um suprimento aparentemente infinito de facas.
Os cenários não tem nada que já não tenha sido visto em outros jogo do gênero... ruas escuras, cais do porto, armazéns, templos esquecidos no meio a selva... o design também está na média para o SNES. Não é ruim, longe disso, apenas não tem nada que os torne especialmente marcantes. O único defeito é que em alguns momentos, cercas ou colunas tapam parte da tela e escondem a ação,dificultando apanhar itens caídos no chão ou até mesmo a lutar.

Música e Efeitos Sonoros

O que foi dito para os gráfico vale para a música. Boas sem serem marcantes ou inovadoras. Combinam bem com o jogo e estão de acordo com o estilo beat'em up, cumprindo bem a função de embalar o jogador enquanto ele desce a pancada em alguns guerreiros asteca (sim... guerreiros asteca... eu estou falando sério).
Os efeitos sonoros, por outro lado, são um dos destaques do jogo. Melhores do que a média e bem variados, existem diferentes grunhidos para inimigos apanhando e cada arma tem seu próprio som específico. Um dos aspectos mais caprichados do jogo.

Controles e Jogabilidade



Os controles em sí não tem nada de errado. Cumprem sua função sem deixar a desejar. O problema é a ausência de golpes especiais, aos estilo de "Streets of Rage". O arsenal de golpes de ambos os personagens é bem limitado e ambos só contam com um único golpe especial, o uso de granadas enquanto se salta para fora da tela ( o golpe é realizado da mesma forma para ambos os personagens... pulo seguido de botão A).
Move-se pelo cenário usando o cursor. Existe um botão para saltar, um para golpear, outro para apanhar armas ou itens no chão e o botão utilizado para as granadas. Não é difícil pegar o jeito.
A jogabilidade é boa. Não é travada nem nada do gênero. A ressalva é não existir grande diferença entre os dois protagonistas... Jake é um pouco mais forte, Chang Li é um pouco mais ágil, mas no geral ambos são bastante equivalentes. Isso tira um pouco da graça quando comparado a individualização presente em outros jogos do gênero como  "Final Fight" ou "Captain Commando".
Para trazer um pouco de variedade ao jogo, em algumas fazes o herói usa algum tipo de veículo para se deslocar, seja uma moto, um jipe ou um carrinho de minério correndo alucinadamente nos trilhos de uma mina desativada. É um dos poucos diferenciais deste beat'em up no geral bastante trivial. 

Dificuldade

"Iron Commando" é mais difícil que a média dos beat'em ups. Mesmo os inimigos mais simples das fases podem dar trabalho, cercando o jogador e golpeando-o pelas costas enquanto ele luta com outros oponentes. Alguns inimigos são bem difíceis de serem acertados como os cães e as cobras e vários usam armas de fogo contra o jogador.
Diferente dos outros jogos do gênero, não se encontra itens, como as maçãs que recuperam energia, em latas de lixo, barris ou caixotes pelas fases. Tudo nesse jogo cai de oponentes eliminados... maçãs, sacos de dinheiro que contam pontos, novas granadas e armas- E existe tem uma abundância de armas para o jogador! Facas, tacos de baseball, revólveres, escopetas, metralhadoras Tommy Gun... é só pegar e mandar ver.
Apesar da dificuldade acima da média, o jogo não é daqueles frustrante e não deixa de ser divertido, ainda mais para quem é fã do gênero.

Comentário Final


"Iron Commando: Kotetsu no Senshi" é um jogo que tem quase todos os elementos clássicos de um beat'em up noventista, com um ou outro detalhe a mais ou a menos. Se você é fã dos beat'em up dos anos 90 será uma boa pedida e uma experiência satisfatória, embora dificilmente esse jogo se torne um dos seus preferidos ou algo marcante na sua trajetória gamer. Ainda assim teria sido indubitavelmente melhor se tivessem trazido "Iron Commando" na época do SNES do que algo como "Timecop".

O jogo atualmente está disponível no catálogo da loja virtual Steam. Lançado esse ano, "Iron Commando: Kotetsu no Senshi" foi trazido pela mesma empresa que lançou "Legend" no Steam, a Piko Interactive.

NOTA: 6,5

* CURIOSIDADE: Originalmente "Iron Commando" foi lançado no Japão pela Pack-in-Video, responsável pelo lançamento de alguns jogos não muito benquistos do NES, como "Rambo" e "Predator".



9 de nov. de 2016

Jogos no Steam para retrogamers

Mais recomendações do Old School Digger para todos aqueles que começaram a jogar em uma época de poucos bits, com a pequena diferença de que de agora em diante não vamos nos ater apenas a jogos padrão 8-bit, incluindo também jogos à semelhança de Mega Drive, SNES e até PC.


SUGESTÃO #1

Se você está com saudade de jogar: Demon's Crest (SNES); Risky Woods (Mega Drive); Ghouls'n Goblins (NES); Ghouls'n Ghosts (Master System, Mega Drive); Super Ghouls'n Ghosts (SNES)

Tente: Cast of the Seven Godsends





Sinopse: O imperador maligno Zaraaima raptou o jovem príncipe herdeiro de Dareca e pretende sacrificá-lo para assim trazer de volta uma maligna entidade (o que é meio óbvio, já que se trata de um imperador maligno... ele não se daria ao trabalho de trazer de volta uma entidade boazinha). Cabe ao pai da criança, o rei Kandar, salvar seu herdeiro, contando para isso com sete armaduras mágicas, cada qual com um poder relacionado a um dos sete deuses que venceram a entidade maligna acima citada em um tempo longínquo- e isso no melhor estilo action- shooter!

SUGESTÃO #2

Se você está com saudade de jogar: Wonder Boy (Master System); Adventure Island II (NES); Adventure Island III (NES), Super Adventure Island (SNES)

Tente: Dinocide



Sinopse: A amada de um homem das cavernas é raptada por um tiranossauro rex gigantesco ( sabe-se lá por qual razão...) e ele parte em seu resgate, auxiliado por seus amigos pré- históricos e armas feitas artesanalmente. Um longo mapa para percorrer com cenários variados e uma ou outra surpresa no caminho. Não chega a ser tão bom quanto "Adventure Island" mas até que é divertido.

SUGESTÃO #3

Se você está com saudade de jogar: 1942 (NES); Bomber Raid (Master System)

Tente: Steam and Metal



Sinopse: Um shmup onde você controla a jovem filha de um inventor assassinado tentando recuperar um poderoso motor experimental desenvolvido por seu pai das mãos de uma organização terrorista, contando para isso apenas com um protótipo não testado de um avião desenvolvido pelo velho cientista. Um jogo difícil, com arte e estilo mangá caprichada, mas que foge ao padrão dos jogos que geralmente indicamos aqui por não ser pixelada.

SUGESTÃO #4

Se você está com saudades de jogar: Commandos (PC)

Tente: Super Trench Attack



Sinopse: Um jovem recruta tem que encarar as mais estapafúrdias situações, como resgatar um espião de gosto peculiar para disfarces ou invadir um laboratório repleto de macacos assassinos, enquanto tenta evitar que seu país seja tomado pelas tropas do kaiser. Um jogo de ação e estratégia satírico ambientado em uma versão cartunesca da Primeira Guerra Mundial.

SUGESTÃO #5

Se você está com saudade de jogar: High Seas Havoc (Mega Drive); Bubsy (SNES/ Mega Drive); Asterix (Master System); Bonkers (SNES), Rockin' Kats (NES)

Tente: Oozi: Earth Adventure



Sinopse: Um jogo de plataforma bem ao estilo dos velhos clássicos, onde você controla um alienígena amarelo  perdido em um esquisito e perigoso planeta azul e verde chamado Terra, após um acidente com sua nave. Para conseguir escapar de um planeta onde parece que tudo quer matá-lo sem razão aparente, Oozi precisa recuperar todo seu equipamento, saltando e explorando em várias fases repletas de inimigos e armadilhas. E isso sem deixar de ostentar um belo sorriso de quem está a um fio de perder a sanidade.

Por hoje ficamos por aqui. Em breve mais dicas. Bom jogo a todos


31 de ago. de 2016

Jogos do Steam para quem tem saudades da época dos 8 bits

Anda com saudades de quando você passava a tarde na companhia do seu NES-clone ou Master System e os jogos tinham menos bits e mais desafio?
Pois é, voltar, voltar literalmente, essa época não vai (conforme-se) mas na loja do Steam você pode encontrar uma boa quantidade de jogos novos feitos ao estilo retrô que talvez façam você se sentir como naquele tempo em que chegava da escola, assistia "Chaves" enquanto almoçava e depois jogava até de noite, esquecendo de fazer o dever de casa.
O OldSchool Digger, grande amigo de saudosistas e retrogamers, traz sete sugestões para você... tome nota (de preferência naquele mesmo bloquinho velho que você anotava os passwords dos jogos nos anos 90):

SUGESTÃO NÚMERO 1

Se você está com saudade de jogar: Contra (NES) ; Metroid (NES);  Bionic Commando (NES); Rush'n Attack (NES)...

Tente: Jet Gunner


Sinopse: Um side scroller estilo run-and-gun onde a alta tecnologia saiu de controle e cabe a um agente especial munido de jet pack e um canhão laser, que pelo tamanho poria medo até no Tiamat, colocar ordem na casa. Voe e atire nos muitos inimigos (humanos ou robóticos) e chefes de fase que encontrar pelo caminho, seja na floresta, seja na cidade, seja em uma aeronave gigantesca que você não faz ideia de como se mantém no ar sem desabar lá de cima.

SUGESTÃO NÚMERO 2 

Se você está com saudade de jogar: Shatterhand (NES); Street Fighter 2010: The Final Fight (NES); Shadow of the Ninja (NES)...

Tente: Fist Slash: of Ultimate Fury


Sinopse:  Um jogo onde você controla um guerreiro 'meio homem, meio lâmina" (embora nas cutscenes pareça que ele está apenas carregando uma faca...) em sua luta para evitar que o maléfico Dr. X (vilão com nome super criativo e que parece que fugiu de um episódio de "U.S Mangá") consiga reunir os fragmentos de um espelho e abrir um portal para uma dimensão demoníaca.

SUGESTÃO NÚMERO 3

Se você estiver com saudade de jogar: Tower of Druaga (NES)

Tente: DungeonUp



Sinopse: Um mistura de puzzle com dungeon-crawler onde você controla um cavaleiro que tenta entregar um recado para o rei dos Anões e acaba trancado no calabouço mais fundo ao mesmo tempo que o reino anão é invadido por uma legião de monstros e agora tem que salvar não só a sí mesmo quando o mundo. Pessoa errada no lugar errado na hora errada... parabéns ao jovem cavaleiro.

SUGESTÃO NÚMERO 4

Se você está com saudade de jogar: Power Blade (NES); Power Blade 2 (NES); Black Belt (Master)...

Tente: Oniken



Sinopse: Um jogo de ação estilo plataforma que bebeu tanto nos jogos dos anos 80/90 quanto nos animes da mesma época. A Terra é invadida e dominada pela sombria organização Oniken e apenas um pequeno grupo de rebeldes tenta resistir. A ajuda de um misterioso espadachim chamado Zaku parece ser a única chance de vitória.


SUGESTÃO NÚMERO 5

Se você está com saudade de jogar: Cloud Master (Master, NES)

Tente: Gryphon Knight Epic



Sinopse: Um Shoot'em up em um cenário de fantasia medieval onde você controla um heroico cavaleiro de grifo armado com uma balestra mágica na luta contra o pior inimigo que qualquer pessoa pode ter, em um mundo que esconde um grande segredo.

SUGESTÃO NÚMERO 6

Se você está com saudade de jogar: Lord of the Sword ( Master)

Tente: The Waste Land



Sinopse: Um metroidvania com mapa enorme e ênfase na exploração, levemente inspirado no poema "The Waste Land" de T.S. Eliot. No jogo você controla um jovem e arrogante príncipe que procura consertar o grande mal que causou e evitar que o mundo inteiro pague por isso.

SUGESTÃO NÚMERO 7

Se você está com saudade de jogar: Castlevania (NES); Castlevania III: Dracula's Curse (NES); Werewolf: The Last Warrior (NES); Frankenstein: The Monster Returns (NES); Rastan (master)

Tente: Odallus: The Dark Call



Sinopse: Um jogo de aventura e ação estilo plataforma com alto teor de exploração, O jogo segue a busca de um guerreiro por seu filho capturado pelas forças da escuridão, em um mundo sombrio, esquecido pelos velhos deuses. "Odallus" tem um mapa bem grande, com bastante variedade de cenários, e onde sempre se vale a pena voltar para fases anteriores para descobrir novos segredos ao se conseguir algum novo item mágico. O tipo do jogo que come horas e horas e você nem nota.

Boas horas de retro-jogo para todos. Em breve mais sugestões!

23 de mar. de 2016

Jim Power: The Lost Dimension in 3D



Desenvolvido francesa Loriciels (a mesma empresa que desenvolveu o não muito famoso"Best of the Best: Championship Karate" para NES, SNES, Mega Drive e Game Boy) "Jim Power: The Lost Dimension in 3D" foi lançado tanto para PC quanto para o Super Nintendo já próximo do fim do ano de 1993. 
Com bons gráficos, ótima trilha sonora, dificuldade insana, roteiro descompromissado e um protagonista mais "90´s" impossível, o título resume boa parte daquilo que os jogos dos anos 90 tinham de melhor e também de pior. Até mesmo em se tratando de estilo de jogo "Jim Powers: The Lost dimnension in 3D" isso está presente, diversas formas diferentes de se jogar variando de fase a fase. Existem fases estilo plataforma... fases com vista de cima para baixo, estilo top- down... fases de shooter, onde se pilota uma nave ou se maneja um traje com jetpack... 
Mesmo não sendo proposital, o jogo funciona quase como um apanhado ou panorama geral do que caracterizava os videogames naquela época, tendo isso como um apelo a mais.

18 de mar. de 2016

Legend



Mesmo tendo surgido nos anos 80, foram os anos 90 a era de ouro dos beat'em up, estilo de jogo que misturava luta com aventura. Dezenas de títulos diferentes saíram para as mais diferentes plataformas ano após ano, até o gênero se saturar e sair de evidência, com poucos títulos recentes lançados. 
O beat'em up típico era ambientado nos dias de hoje (quer dizer... de ontem... anos 90...) mas com alguns toques fantásticos (como a presença de robôs e/ ou ciborgues) em metrópolis caóticas dominadas pelo crime onde um grupo de indivíduos corajosos (fossem policiais, lutadores de artes marciais, ou até um prefeito que por alguma razão desconhecida acredita que andar de suspensórios e sem camisa por aí impõe respeito...) decidem resolver a questão com os próprios e dar um fim ao caos reinante, sendo "Final Fight" e "Streets of Rage" dois dos nomes mais consagrados nessa seara. A ambientação, entratanto, era bem variada... podia ser em um futuro próximo (como "Captain Commando") ou pós apocalíptico (Como "Cadillacs and Dinosaurs"); no Japão dos samurais (como "Mystical Fighter"); baseados em desenhos animados ( Como "The Simpsons" e "Teenage Mutant Ninja Turtles", lançado com um "2" após o título na versão do NES) ou quadrinhos ( como "X- Men"); em cenários de ficção científica (como "Alien Storm" e "MazinSaga") ou de fantasia medieval (como a série "Golden Axe" ou "Dungeons & Dragons: Shadow over Mystara"). Lançado em 1994 originalmente na Europa, chegando posteriormente aos EUA sem muito alarde ou repercussão para o SNES, "Legend" se encaixa nesse último tipo. Um jogo bastante obscuro, de fato, mas com qualidades o suficiente para criar sua pequena base de fãs nostálgicos.

História e Roteiro



A história de "Legend" parte de uma premissa típica dos quadrinhos, RPGs, animes  e livros de fantasia medieval dos anos 90: Um poderosos déspota, Beldor the magnificent (Beldor o magnífico, em tradução livre) reinou durante mil anos sobre o reino de Sellech.
Tudo era caos e destruição (o que, se levando em consideração que foi por mil anos seguidos, é realmente algo bem sério) até que muitos cavaleiros partiram em uma última cruzada para derrotar Beldor. Nenhum deles jamais retornou ( que coisa triste...).
As pessoas do reino se uniram e construíram "energized heroes" (heróis energizados... seja lá o que isso for...) e assim conseguiram aprisionar a alma de Beldor.
Tudo corria bem até que Clovis, o ambicioso e corrupto príncipe filho do rei de Sellech, deseja libertar o poder de Beldor e usá-lo para conquistar o reino (porque Clovis simplesmente não esperou receber o trono como legítima herança não se faz ideia...).
A única esperança de deter Clovis é o guerreiro Kaor, o genéric... digo, heróico protagonista do jogo. Munido apenas de sua espada e um escudo de bronze ( além de um coice que faria inveja a uma mula), o valente Kaor deve abrir caminho de uma ponta a outra do reino, cruzando florestas, pântanos, cidades, cavernas, ruínas, santuários e um velho moinho (não me pergunte nada...),enfrentando diversos inimigos, humanos ou não, até alcançar o corrompido Covis para um duelo final.

Gráficos



Os gráficos de "Legend" são bons, não ficando a dever para o padrão de qualidade da época, embora também sem nenhum brilho ou qualidade a mais. Levando em consideração que foi um jogo feito por uma equipe bem reduzida, o trabalho nos gráficos é bastante louvável. 
Os sprites do guerreiro Kaor e de seu aliado que luta com machado (caso o jogo tenha dois jogadores) são bons, bem proporcionais e detalhados até nos rostos, embora mais puxados para o cartunesco do que para o realista. Lembra um pouco o character design dos personagens de "Dungeons & Dragons: Shadow over Mystara" ou de algumas histórias em quadrinho dos anos 90. O mesmo vale para o visual dos inimigos... lanceiros que lembram orcs, espadachins com aparência de sarracenos, feiticeiros encapuzados, homens das cavernas, monstros de lama, esqueletos com restos de armadura ainda pendendo dos ossos, carrascos com machados... todos são bemd esenhados. O que de pior pode ser dito deles é que parecem simplesmente saído de alguma aventura de AD & D qualquer, sendo apenas típicos inimigos de um cenário de fantasia medieval.
O visual dos chefes e subchefes de fase é mais caprichado. Gosto em especial do dragão perto do final do jogo e do feiticeiro das trevas. Clovis, o chefe final do jogo, parece algo como um gigantesco guerreiro mongol ou tártaro, mas de fato não tem a mesma presença de um Death Adder do "Golden Axe", parecendo um chefe de fase qualquer.
Os cenários são bonitos, bem desenhados e razoavelmente variados, com alguns elementos, como colunas , dando impressão de profundidade ao fundo e na frente da tela. Todos tem um quê de cenário de RPG dos anos 90, o que para mim é uma vantagem e uma qualidade, não o contrário. 


Música e Efeitos Sonoros



"Legend" apenas cumpre o básico nesse quesito. A música da tela de abertura, de inspiração medieval, é agradável mas torna-se repetitiva em pouco tempo, o mesmo podendo ser dito para a música do encerramento- bem similar a da abertura, por sinal.
A música durante o jogo é um tanto genérica, não colaborando para o clima medieval fantástico do jogo. Não é ruim, sendo até bem razoável, mas podia estar em qualquer outro jogo que não faria muita diferença, não tendo muita identidade.
Os efeitos sonoros, levando em consideração a época do jogo, não são muito numeros mas são bons. O latido dos cães de guarda é o que primeiro me vem a cabeça. Em geral os personagens gritam quando morrem e temos os sons básicos de baús quebrando e itens sendo apanhados do chão.

Controles e Jogabilidade



A jogabilidade, e mesmo os controles, são um tanto truncados para os padrões de hoje, mas nos anos 90 não estavam fora do normal. Não são, entretanto, algo que realmente atrapalhe o jogo. O pessoal que não jogava nos anos 90 pode sentir um pouco de dificuldade no começo até se adaptarem.

* Botão direcional: Kaor anda na direção selecionada. Ele é capaz de andar nas quatro direções cardinais.
* A: Uso de Magia. São necessários dois frascos para usar o feitiço. Caso se tenha apenas um, não será possível utilizar esse ataque. Existem vários tipos de ataques mágicos diferentes mas até onde vi todos causam o mesmo dano, sendo apenas uma diferença estética.
* B: saltar
* X: Movimento especial. Kaor arremesa algo em seus oponenetes. É um ataque poderoso mas use com parcimônia, pois tem um custo na barra de vida de Kaor para ser ativado.
*Y: Ataque. kaor ataca com sua espada. O player 2 está armado com um machado, mas é uma alteração meramente estética. Ambas as armas tem o mesmo alcance e o mesmo dano.
* L ou R: Usa o escudo de bronze para bloquear ataques
* Select: Pausa o jogo
* Start: usado em alguns momentos durante o jogo para dar prosseguimento.

* B + Y: Kaor salta e golpeia com a espada em pleno ar
* B + direcional para direito ou esquerda = Y: Voadora. Ataque muito útil no correr do jogo.
* direcional para o lado oposto que Kaor está olhando + Y: Kaor gira o corpo e golpeia o inimigo que está às suas costas com a espada. É útil, mas mais complicado de ser usado que a voadora.

Dificuldade

"Legend" não é um jogo difícil, podendo até ser considerado fácil para os padrões da época. Mesmo as lutas contra os subchefes e chefes de fase são menos difícieis que a média dos beat'em up (quem já enfrentou Abigail ou Rolento na série "Final Fight" notará a diferença). Parte dessa facilidade deve-se a IA (inteligência artificial) limitada dos inimigos.
A curva de aprendizado é rápida e o jogo pode ser vencido em poucas jogadas. Venci-o em cerca de duas horas de jogo, sem maiores problemas. O que concede a "Legend" uma sobrevida após ser vencido é a opção para dois jogadores, que torna o jogo bem divertido, ainda mais quando jogado no nível de dificuldade mais difícil.

Um pequeno diferencial que "Legend" tem é que existe uma fase, a da masmorra, que o jogador só terá que passar caso Kaor seja capturado pelo carrasco munido de uma rede de combate. A fase é uma das mais difíceis do jogo e tem dois chefes a serem enfrentados, um sujeito gigantesco que luta desarmado e o executor chefe.

Durante o jogo existem diversos itens que podem auxiliar o jogador:

*Gold (ouro): Funciona como pontos. Sem grande utilidade em termos práticos.
* Pão ou carne: Comida recupera energia de Kaor. O pão recupera um pouco mais que o naco de carne.
* Key (chave): Abre os baús em determinados momentos do jogo
* 1 UP: Uma vida extra.
* Money bag: (saco de dinheiro): Dá 50 de ouro
* Necklace (colar): Dá 100 de ouro.
* Lighting Orb (orbe luminoso): Fornece um "S" para o jogador. Ao se perder todas as vidas, o "S" some e o jogador recebe automaticamente 3 vidas novas. Funciona como um "Continue" instantâneo.
* Leather Bag (bolsa de couro): Dão 1 ponto de magia cada.

Todo inimigo (exceto os chefes) deixam um item aleatório ao morrerem. Barris podem ser quebrados para se encontrar itens dentro. Um item diferenciado é o mapa, dado ao personagem pelo velho mago ao se terminar a primeira fase, sendo utilizado a partir de então para mostrar o caminho de Kaor de local a local.

Comentário Final



Um jogo bem divertido, embora não um grande desafio. "Legend" é uma ótima pedida para os fãs de beat'em ups ou de jogos de fantasia medieval. Provavelmente não será o jogo mais marcante de sua vida, mas vai proporcionar bons momentos, em especial para aqueles que tem o tempero adicional da nostalgia.
E vale a pena apontar que, mesmo sendo passado em um ambiente medieval fantástico, "Legend" conseguiu incluir (de alguma forma....) os tradicionais elevadores, presentes em quase tudo que é jogo de beat'em up.
Atualmente o jogo está disponível para venda na loja virtual Steam a um preço bem acessível, trazido pela empresa Piko Interactive, possuindo como novidade a possibilidade de se salvar o andamento do jogo, algo que não existia no original.

NOTA: 7,5







11 de mar. de 2016

The Secret of Monkey Island



Os anos 90 foram sem dúvida a era de ouro dos jogos point-and-click e em uma época em que muita coisa boa foi produzida os adventures da LucasArts conseguiram um merecido local de destaque. Começando ainda em 1987 com o clássico "Maniac Mansion", a lista de adventures com os quais a LucasArts presenteou os jogadores é longa... "The Dig", "Full Throttle", "Grim Fandango", "Indiana Jones and the Fate of Atlantis" e, destaque entre destaques, "The Secret of Monkey Island".

História e Roteiro



"The Secret of Monkey Island" é uma divertida história de piratas em um mundo cartunesco e bem humorado, onde alguns clichês dos filmes, livros e quadrinhos de piratas são reformulados de forma leve,  para ser explorado por um protagonista com um quê de Jim Hakwins. Se você não sabe quem é Jim Hakwins... procure pelo livro "A Ilha do Tesouro" em alguma biblioteca. Acredite... esse livro vale tanto a pena ser lido quanto "The Secret of Monkey Island" de ser jogado.
A premissa é simples, como os filmes de aventura dos anos 90 costumavam ser. O jovem Guybrush Threepwood chega a ilha caribenha de Melee Island disposto a alcançar seu sonho de ser um pirata. Guybrush então se vê envolvido em uma aventura cheia de testes, enigmas, feitiçaria vodu, duelos a base de espada e ofensas, romance e muitos comentários debochados a respeito de seu peculiar nome. No fim das contas cabe ao jovem aspirante a pirata resgatar a governadora de Melee Island (e seu interesse amoroso) Elaine Marley das mãos do pirata fantasma LeChuck e sua tripulação espectral, precisando encontrar o caminho para o esconderijo do capitão fantasma na misteriosa e lendária Monkey Island (Ilha dos Macacos, em tradução livre).
O roteiro é caprichado e os diálogos são em geral divertidos, com um humor que varia dos pastelão ao sarcástico, repleto de tudo aquilo que não pode faltar em uma história de piratas: caça ao tesouro, duelos e altas doses de uma bebida alcóolica que só o fígado de um velho lobo-do-mar consegue aguentar, tudo de uma forma bem fantasiosa e por vezes propositalmente anacrônica, visando gerar humor- de camisetas estampadas até letreiros luminosos, além de uma das mais bizarras geringonças que o mundo dos point-and-click já viu.

Gráficos



O jogo atualmente conta com duas versões de gráficos, a original de 1990 e os da edição especial lançada em 2009 para PC e outras plataformas. Em ambos os casos os gráficos são muito bons, desde que se leve em consideração as limitações e vantagens técnicas da época de cada um. 
Tanto as cenas do jogo em sí quanto das comuns cutscenes são muito boas. Os cenários durante o jogo são bem variados... uma cidade portuária cheia de piratas... um labirinto na floresta... cabanas no meio do nada... uma excêntrica loja de barcos usados... uma ilha tropical com nativos e pedras no formato de caveiras... todos, sem exceção, são bonitos, habilmente coloridos e cheios de detales, mesmo em sua versão original, tendo recebido uma remodelagem e tanto na versão remake, ficando mais ricos em elementos decorativos. O design dos personagens é excelente, embora eu prefira o visual que eles tinham nas cutscenes originais, os quais lembram bastante a arte de desenhos animados e quadrinhos de aventura dos anos 90, ao da versão do remake, mais caricata e estilizada.
Algo que gostei bastante é que na versão remake que comprei na Steam pode-se alternar  entre os gráficos originais ou novos em qualquer momento do jogo, bastando apertar a tecla F10.



Música e Efeitos Sonoros

A música é um ponto forte do jogo. A trilha sonora foi composta por Michael Land, sendo seu primeiro trabalho na LucasArts. O destaque vai para a música tema, que toca na tela de abertura, o qual eu considero é linda e impregnada do clima que permeia todo o jogo.
Os efeitos sonoros são bem melhores que a média dos jogos da época, refletindo o esmero que o pessoal do desenvolvimento teve. Na versão remake as falas dos personagens são narradas, cada uma tendo suas características próprias, o que foi o ponto mais psoitivo do remake em minha opinião.


Controles e Jogabilidade



Como é um jogo de point-and-click, não há muito a se dizer... funcional é o termo. Cumpre seu papel de forma adequada. Na versão original o menu de opções de ações a serem escolhidas fica no canto inferior esquerdo da tela. Deve-se clicar em um comando, "Open" por exemplo, e depois em algo do cenário ou do inventário de itens para Guybrush interagir com o cenário, objetos e personagens e assim realizar as ações, como por exemplo "Open Door",. Na versão remake o menu fica oculto, sendo acionado através de uma tecla ou botão, o qual varia conforme a plataforma.
Dentre os comandos possíveis, "Talk to", "Walk to", "Pick up", "Use" e "Look at" são as mais usadas no correr do jogo.



Dificuldade



A dificuldade do jogo varia em altos e baixos. Existem momentos em que você nota de cara o que deve fazer, outros você percebe após raciocinar um pouco e existem aqueles que você não tem a menor ideia de como ir para a frente. Para facilitar a vida do jogador é possível pedir pistas durante o jogo, apertando a tecla ou botão "Hint" ( no PC é a tecla "H" ). As dicas são graduais. A primeira é bem vaga, mais vão dando mais detalhes conforme o jogador aciona a tecla de novo. O lado ruim disso é que depois de você usar as dicas para seguir adiante no jogo, fica aquela sensação chata de "Como eu não pensei nisso?" no ar...
No geral eu diria que a dificuldade éconsiderável, mas sem ser realmente pesada. O maior risco é ficar alguns minutos dando voltas em círculo por todos os cenários, quebrando a cabeça tentando achar algo que ajude a resolver a questão, mas isso é de praxe em todos os adventures estilo point-and-click, não sendo um defeito específico do título . O único senão que aponto em "The Secret of Monkey Island" é que em alguns momentos o jogo é bem vago quanto ao que deve ser feito, como no caso da ponte guardada pelo troll.

Comentário Final



Um grande clássico dos anos 90, "Monkey Island" tem fôlego para agradar ainda muita gente ainda, mesmo quem nasceu depois de 2000, em grande parte graças a versão atualizada dos gráficos. O jogo é divertido e você realmente vai dar umas risadas altas em alguns momentos, sendo daqueles que viciam e prendem em frente a tela do PC, fazendo você quase varar a madrugada jogando. 
Para os apreciadores de jogos point-and-click em especial é um jogo imperdível. Um prato cheio com tudo que um point-and-click tem de melhor. A série Monkey Island recebeu quatro sequências, mas em minha opinião o primeiro título continua sendo o melhor de todos.

NOTA: 9,5


* Curiosidade 1: O nome bastante esquisito do protagonista foi criado pro acaso... originalmente seu sprite era apensas designado "guy" (cara, em tradução livre), mas um dos programadores acabou colocando "brush" logo em seguida, para indicar que era o "brush file" para o sprite. O arquivo ficou "guybrush.bbm" e o nome acabou pegando.
O sobrenome foi baseado em personagens dos livros da série "The Blandings books" do escritor P.G. Wodehouse.

* Curiosidade 2: Os desenvolvedores colocaram um personagem no jogo, o pirata Cobb, apenas para fazer propaganda (de forma propositalmente ostentosa) de "Loom", outro título da LucasArts.


3 de mar. de 2016

The Chaos Engine


Também conhecido como "Soldiers of Fortune", título recebido nos ports para Mega Drive e SNES, "The Chaos Engine" é um pequeno clássico lançado originalmente para Amiga em 1992, desenvolvida pela inglesa The Bitmap Brothers. Embora nunca tenha sido um sucesso estrondoso, o jogo pode ser classificado como "cult", conseguindo angariar, merecidamente, uma base respeitável de fãs, e recebendo adaptações para várias plataformas.diferentes.

História e Roteiro

"The Chaos Engine" parte de uma premissa um tanto "pulp", criando tanto uma história quanto ambientação de ficção científica com tons de steampunk. Em algum momento do século passado, após um desastroso experimento de viagens temporais, um cientista inicia acaba preso na Inglaterra vitoriana, em pleno final do século XIX.
Um inventor da época, Barão Fortesque, acaba tomando colocando as mãos no conhecimento científico trazido pelo viajante do tempo e com uma mistura bizarra de retroengenharia e tecnologia vitoriana, acaba desenvolvendo um aparelho capaz de manipular tempo e espaço, o Chaos Engine (Motor do caos, em tradução livre),  uma primitiva, porém poderosa, máquina com características tanto de computador, quanto de reator e motor.
A experiência sai de controle pois o Chaos Engine aos poucos torna-se senciente e acaba absorvendo seu criador. Logo o maquinário começa a utilizar suas capacidades para alterar tanto o ambiente quanto as formas de vida ao seu redor. Automátos, mutantes e até dinossauros espalham-se, enquanto lagos tóxicos borbulhantes, florestas sombrias e planícies áridas vão tomando o lugar da natureza original da ilha. 
Os cabos telegráficos acabam cortados. Barcos tentando se aproximar da Inglaterra são atacados e apenas quando refugiados, dentre os quais membros do parlamento e da família real, começam a chegar é que a real situação se torna conhecida para o resto do mundo. Em pouco tempo pânico e crise tomam conta, e para evitar que o pior aconteça um grupo de mercdenários tenta alcançar e destruir o Chas Engine a qualquer custo.

Gráficos



O jogo possui uma perspectiva vista de cima para baixo (topdown perspective), sendo bastante bem feitos para a época. Os sprites dos personagens não são grandes, como era tradição em jogos Run-and-Gun mas são bem detalhados, sendo cada mercenário único e perfeitamente reconhecível. Os cenários são bem amplos, com gráficos limpos e bem detalhados, assim como os inimigos de fase. 
A arte pixelada nas telas de escolha de personagem caracteriza-os com um tom um tanto sombrio, em um tipo de arte que lembra os quadrinhos da época. Gosto em especial do visual do Gentleman, embora todos os mercenários tenham tudo designs bem interessantes.
A animação dos sprites é fluida, embora tenha poucos frames, logo tendo pouca variação de posições para cada personagem, algo de acordo com a capacidade tecnológica do início dos anos 90.

Música e Efeitos Sonoros


As músicas do jogo são boas. Possuem todo o clima de aventura pulp, necessárias para criar o clima, com uma pitada de música tecno para combinar com os elementos steampunk. Gosto em especial da música da tela de abertura/ menu de opções, mas as músicas de fase não ficam atrás, apenas sendo mais movimentadas, com ritmo mais rápido.
Os efeitos sonoros são acima da média daqueles do períodos. Os sons do ambiente, quando por exemplo, as antenas condutoras são ativadas, merecem destaque.

Controles e Jogabilidade



Como o jogo foi adaptado para uma quantidade considerável de plataformas, seus controles variam em cada versão. Resumidamente podemos dizer que o personagem se movimenta em todas as direções cardinais usando-se o direcional, atira com um botão, usa a hablidade especial com outro, e alterna habilidades especiais com o mercenário controlado pelo computador com outro (apenas quando jogado sozinho). Existe também um botão para pausar o jogo.

A jogabilidade é razoavelmente fluída, raramente atrapalhando a performance do jogador durante as partidas. Pode parecer um tanto dura para os padrões de hoje em dia, mas isso se explica pela época em que o jogo foi originalmente lançado.


O jogo pode ser disputado tanto por um jogador quanto em dupla. caso tenha apenas um jogador, outro mercenário deve ser escolhido para ser controlado pelo computador. ATENÇÃO! O computador não os controla da mesma forma. Quando maior o atributo Wisdom do mercenário, melhor o computador o manuseia.
Existem seis mercenários como opção de escolha para os jogadores, cada um com um custo diferente em dinheiro: Brigand (brigadista); Gentleman (cavalheiro); Thug (brutamontes, mas também pode ser traduzido como bandido); Mercenary (mercenário); Navie (fusileiro naval) e Preacher (pastor).Nas versões lançadas nos EUA, o personagemPreacher foi renomeado Scientist (cientista), tendo tido seu colarinho branco clerical removido. 

* Brigand: Um personagem que equilibra velocidade, energia e poder de fogo. Usa um rifle como arma e começa o jogo com a habilidade de disparar várias balas ao mesmo tempo para todos os lados.

* Gentleman: O cavalheiro tem um pouco menos de resistência que seus companheiros militaristas, assim como sua arma, uma pistla lança- chamas, faz menos dano, mas é mais rápido e começa o jogo com a habilidade de mostrar o mapa da fase, algo mais útil do que parece a princípio. Suas habilidades posteriores são bem úteis também.

* Thug: O personagem mais resistente do jogo, mas lento. Possui o segundo melhor poder de fogo, só perdendo para o navie. Usa uma escopeta como arma e pode arremesar coqueteis molotov como habilidade inicial.

* Mercenary: Outro personagem equilibrado, ao estilo do Brigand, apenas com um pouco mais resistente e com um poder de fogo um pouco menor. Usa uma gatling Gun como arma e sua habilidade inicial é usar bombas.

* Navie: O melhor poder de fogo do jogo, usando um canhão como arma. Sua habilidade especial é a dinamite, muito útil, capaz de matar todos os inimigos da tela. Seu principal mponto fraco e a lentidão.

* Preacher/ Scientist: O personagem com menos energia de todos, assim como com o poder de fogo mais fraco. Usa uma arma de raiso elétricos como arma e compensa suas deficiências com grande velocidade e ótimas habilidades. Por começar com o kit de primeiros socorros e ter a maior wisdom (sabedoria) de todos, é uma ótima opção para parceiro em jogos 1 player.

Dificuldade


"The Chaos engine" é um jogo bastante desafiador, com uma dificuldade até acima da média da época em que foi lançado. Não é contudo um jogo desequilibrado e a curva de aprendizado é razoavelmente rápida.
Os personagens perdem energia razoavelmente rápido, com golpes ou tiros dos oponentes, e alguns são mais pergigosos e traiçoeiros que parecem a primeira vista, como os sapos gigantes das primeiras fases, daí acaba sendo importante a memorização de padrões,por exemplo onde os inimigos aparecem e como atacam.
Os personagens começam com vidas e barra de nergia mas cada estágio é consideravelmente mais difícil que o anterior. Felizmente é possível, a cada algumas fases, comprar melhoras nos atributos e nas habilidades na loja, assim como novas habilidades e também vidas.

Comentário Final



Uma ótima pedida para quem gosta de jogos de tiro em terceira pessoa estilo run-and-gun ou de jogos centrados m ação e exploração. Bons gráficos, boa música, bom para jogar com alguém. Sua dificuldade pode afastar jogadores mais novos, mas vale a pena investir um tempo para ir pegando o jeito, pois o jogo é divertido.
"The Chaos Engine"/ "Soldiers of Fortune" não foi o que os anos 90 produziu de mais brilhante e a primeira vista pode parecer um tanto genérico, mas merecia um pouco mais de reconhecimento e é um jogo que tem potencial para agradar tanto jogadores old-school quanto jogadores mais novos dispostos a dar-lhe uma chance. 
Vale a pena lembrar que "The Chaos Engine" está disponível para venda no Steam e também no site Good Old Games, ambos em uma versão onde se pode escolher tanto os gráficos originais quanto uma versão levemente atualizada.

NOTA: 8,0

* Curisosidade 1: Obviamente a alteração de "Preacher" para "Scientist" foi feita para evitar polêmicas ou rejeição por parte do público norte- americano. Apesar da mudança no nome e da pequena alteração estética em seu design, em termos de jogo o personagem permanceu inalterado, não recebendo nem reduções nem aumentos em nenhum dos seus atributos.